VÍDEO divulgado por agência da ONU mostra multidão em Gaza avançando sobre caminhão que trazia comida: 'Famintos'

Sob som de tiros, palestinos em Gaza avançam sobre caminhão da ONU com ajuda humanitária Uma agência da ONU divulgou na quarta-feira (30) um vídeo em que mostra uma multidão de palestinos na Faixa de Gaza avançando sobre um caminhão que trazia comida. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp No vídeo do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês), uma multidão de "dezenas de milhares" de palestinos aparece agachada e amontoada, enquanto o comboio da ONU trafega em velocidade lenta. É possível ouvir barulho de tiros, e a areia perto da multidão se mexe com os tiros. "Israel estava disparando tiros de aviso a centímetros de uma multidão que estava esperando por um comboio de comida da ONU. Quando o comboio se aproximou, pessoas famintas correram em direção a ele, e os tiros não pararam", afirmou o Ocha no vídeo, divulgado na rede social X. Quando o comboio se aproximou da multidão, os palestinos foram para cima do caminhão de alimentos. "Uma multidão de dezenas de pessoas famintas e desesperadas nos esperava. Eles descarregaram com as próprias mãos tudo que estava na carroceria", afirmou Olga Cherevko, uma funcionária da Ocha que estava no comboio. A Ocha atribuiu os disparos a tropas israelenses, porém não forneceu provas para corroborar a afirmação. O governo israelense não se pronunciou sobre a acusação até a última atualização desta reportagem. Agência da ONU divulga vídeo de multidão em Gaza avançando sobre caminhão que trazia comida em 30 de julho de 2025. Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários Cherevko disse que o comboio —pelas imagens, foi possível ver apenas um carro à frente do caminhão de suprimentos de onde o vídeo foi gravado— havia coletado suprimentos na passagem de Kerem Shalom, e ficou parado por cerca de duas horas e meia em um posto israelense. Segundo a Ocha, ao menos uma pessoa ficou ferida no incidente e foi socorrida por funcionários da ONU no local. Pressão pela Solução de Dois Estados Vídeo mostra crianças vítimas da fome em Gaza; Israel e ONU trocam acusações A ONU afirmou nesta semana que a Solução de Dois Estados é "único caminho" para paz entre Israel e Palestina e planeja uma missão internacional na Faixa de Gaza após um cessar-fogo ser estabelecido na guerra entre israelenses e o grupo terrorista Hamas. Em documento divulgado nesta terça, a Conferência Internacional da ONU afirmou que Gaza e Cisjordânia devem ser unificadas e, junto com Jerusalém Oriental, compor uma Palestina soberana e governada pela Autoridade Palestina, assim como delineado em resolução da ONU de 1947. A declaração é assinada pelos líderes rotativos da Conferência — França e Arábia Saudita — e por vários outros países, como Brasil, Reino Unido, Japão, Itália, Egito, Jordânia, Canadá, além de blocos como a União Europeia e a Liga dos Países Árabes. O grupo da ONU também afirmou que um comitê de transição de poder deverá ser estabelecido imediatamente após um cessar-fogo em Gaza, e que o Hamas terá que aceitar se desarmar. A Conferência internacional também reiterou exigências pelo fim imediato da guerra em Gaza e pela retirada total das tropas israelenses do território palestino, além de condenar Hamas e Israel por crimes contra civis em Gaza. O encontro foi criticado pelos Estados Unidos, que chamou a conferência de "golpe publicitário". "Longe de promover a paz, a conferência prolongará a guerra, encorajará o Hamas, recompensará sua obstrução e minará os esforços reais para alcançar a paz", disse a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tammy Bruce. Israel também rejeita a solução de dois Estados. No dia 7 de julho, ao lado de Donald Trump, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que a criação da Palestina seria uma plataforma para destruir o Estado israelense. “Vamos buscar a paz com os nossos vizinhos palestinos, aqueles que não querem nos destruir, e vamos buscar uma paz em que a nossa segurança — o poder soberano da segurança — permaneça sempre em nossas mãos”, disse Netanyahu. “Agora as pessoas vão dizer: ‘Não é um Estado completo, não é um Estado, não é isso ou aquilo.’ Nós não nos importamos." LEIA TAMBÉM Falta de alimentos, desnutrição grave e mortalidade elevada: fome em Gaza atinge fase 5, o pior em escala de órgão ligado a ONU; entenda Trump dá 10 dias 'a partir de hoje' para Putin terminar guerra na Ucrânia antes de endurecer sanções contra Rússia Israel encontra túnel usado pelo Hamas em Gaza cheio de armas e explosivos; VÍDEO Reino Unido e França pressionam Israel Homens caminham carregando sacos de farinha que foram retirados de um caminhão que transportava alimentos, em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em 22 de julho de 2025 AFP O Reino Unido sinalizou nesta terça-feira que reconhecerá o Estado Palestino em setembro, segundo o gabinete do premiê britânico, Keir Starmer. Em comunicado, o governo britânico afirmou que reverteria sua decisão caso Israel ass

VÍDEO divulgado por agência da ONU mostra multidão em Gaza avançando sobre caminhão que trazia comida: 'Famintos'

Sob som de tiros, palestinos em Gaza avançam sobre caminhão da ONU com ajuda humanitária Uma agência da ONU divulgou na quarta-feira (30) um vídeo em que mostra uma multidão de palestinos na Faixa de Gaza avançando sobre um caminhão que trazia comida. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp No vídeo do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês), uma multidão de "dezenas de milhares" de palestinos aparece agachada e amontoada, enquanto o comboio da ONU trafega em velocidade lenta. É possível ouvir barulho de tiros, e a areia perto da multidão se mexe com os tiros. "Israel estava disparando tiros de aviso a centímetros de uma multidão que estava esperando por um comboio de comida da ONU. Quando o comboio se aproximou, pessoas famintas correram em direção a ele, e os tiros não pararam", afirmou o Ocha no vídeo, divulgado na rede social X. Quando o comboio se aproximou da multidão, os palestinos foram para cima do caminhão de alimentos. "Uma multidão de dezenas de pessoas famintas e desesperadas nos esperava. Eles descarregaram com as próprias mãos tudo que estava na carroceria", afirmou Olga Cherevko, uma funcionária da Ocha que estava no comboio. A Ocha atribuiu os disparos a tropas israelenses, porém não forneceu provas para corroborar a afirmação. O governo israelense não se pronunciou sobre a acusação até a última atualização desta reportagem. Agência da ONU divulga vídeo de multidão em Gaza avançando sobre caminhão que trazia comida em 30 de julho de 2025. Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários Cherevko disse que o comboio —pelas imagens, foi possível ver apenas um carro à frente do caminhão de suprimentos de onde o vídeo foi gravado— havia coletado suprimentos na passagem de Kerem Shalom, e ficou parado por cerca de duas horas e meia em um posto israelense. Segundo a Ocha, ao menos uma pessoa ficou ferida no incidente e foi socorrida por funcionários da ONU no local. Pressão pela Solução de Dois Estados Vídeo mostra crianças vítimas da fome em Gaza; Israel e ONU trocam acusações A ONU afirmou nesta semana que a Solução de Dois Estados é "único caminho" para paz entre Israel e Palestina e planeja uma missão internacional na Faixa de Gaza após um cessar-fogo ser estabelecido na guerra entre israelenses e o grupo terrorista Hamas. Em documento divulgado nesta terça, a Conferência Internacional da ONU afirmou que Gaza e Cisjordânia devem ser unificadas e, junto com Jerusalém Oriental, compor uma Palestina soberana e governada pela Autoridade Palestina, assim como delineado em resolução da ONU de 1947. A declaração é assinada pelos líderes rotativos da Conferência — França e Arábia Saudita — e por vários outros países, como Brasil, Reino Unido, Japão, Itália, Egito, Jordânia, Canadá, além de blocos como a União Europeia e a Liga dos Países Árabes. O grupo da ONU também afirmou que um comitê de transição de poder deverá ser estabelecido imediatamente após um cessar-fogo em Gaza, e que o Hamas terá que aceitar se desarmar. A Conferência internacional também reiterou exigências pelo fim imediato da guerra em Gaza e pela retirada total das tropas israelenses do território palestino, além de condenar Hamas e Israel por crimes contra civis em Gaza. O encontro foi criticado pelos Estados Unidos, que chamou a conferência de "golpe publicitário". "Longe de promover a paz, a conferência prolongará a guerra, encorajará o Hamas, recompensará sua obstrução e minará os esforços reais para alcançar a paz", disse a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tammy Bruce. Israel também rejeita a solução de dois Estados. No dia 7 de julho, ao lado de Donald Trump, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que a criação da Palestina seria uma plataforma para destruir o Estado israelense. “Vamos buscar a paz com os nossos vizinhos palestinos, aqueles que não querem nos destruir, e vamos buscar uma paz em que a nossa segurança — o poder soberano da segurança — permaneça sempre em nossas mãos”, disse Netanyahu. “Agora as pessoas vão dizer: ‘Não é um Estado completo, não é um Estado, não é isso ou aquilo.’ Nós não nos importamos." LEIA TAMBÉM Falta de alimentos, desnutrição grave e mortalidade elevada: fome em Gaza atinge fase 5, o pior em escala de órgão ligado a ONU; entenda Trump dá 10 dias 'a partir de hoje' para Putin terminar guerra na Ucrânia antes de endurecer sanções contra Rússia Israel encontra túnel usado pelo Hamas em Gaza cheio de armas e explosivos; VÍDEO Reino Unido e França pressionam Israel Homens caminham carregando sacos de farinha que foram retirados de um caminhão que transportava alimentos, em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em 22 de julho de 2025 AFP O Reino Unido sinalizou nesta terça-feira que reconhecerá o Estado Palestino em setembro, segundo o gabinete do premiê britânico, Keir Starmer. Em comunicado, o governo britânico afirmou que reverteria sua decisão caso Israel assuma determinados compromissos, considerados improváveis. Segundo o gabinete de Starmer, as condições que o governo israelense teria que cumprir para que o Reino Unido repense o reconhecimento da Palestina são: adotar medidas significativas para acabar com a "situação terrível" em Gaza —que enfrenta "pior cenário possível de fome", segundo a ONU; chegue a um acordo com o grupo terrorista Hamas para um acordo de cessar-fogo no conflito; comprometa-se a não anexar a Cisjordânia; comprometa-se a processo de longo prazo que leve à solução de dois Estados. Há menos de uma semana, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou que reconhecerá o Estado Palestino em setembro, durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU. Com isso, a França se tornaria a primeira grande potência ocidental a fazê-lo. "Estamos determinados a proteger a viabilidade da solução de dois Estados e, por isso, reconheceremos o Estado da Palestina em setembro, na Assembleia Geral da ONU, a menos que o governo israelense tome medidas concretas para encerrar a terrível situação em Gaza e se comprometa com uma paz duradoura e sustentável, incluindo permitir que a ONU retome imediatamente o envio de ajuda humanitária à população de Gaza para pôr fim à fome, concordar com um cessar-fogo e deixar claro que não haverá anexações na Cisjordânia", afirmou o comunicado. Ainda segundo o gabinete de Starmer, apesar das condições impostas a Israel, as exigências feitas ao Hamas permanecem: libertação dos reféns israelenses; assinatura um cessar-fogo; abrir mão de governar Gaza, e desarmamento. O anúncio de Starmer ocorre após pressão do Parlamento britânico pelo reconhecimento da Palestina. A medida deve receber críticas do governo israelense de Benjamin Netanyahu, assim como Macron. Atualmente, 146 países reconhecem o Estado Palestino, entre eles o Brasil. Antes de França e Reino Unido, o movimento mais recente de reconhecimento havia sido feito por Espanha, Noruega e Irlanda, em 2024. Os anúncios de Starmer e de Macron ocorrem em um momento de aumento de críticas a Israel por conta da crise humanitária sofrida pelos palestinos de Gaza, consequência da guerra que o governo israelense trava com o grupo terrorista Hamas no território há 21 meses. Relatos de fome extrema e generalizada no enclave se tornaram mais frequentes, e pessoas estão morrendo de fome. A guerra em Gaza começou após o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, que matou mais de 1.200 israelenses e outros 250 foram feitos reféns. Desde então, o conflito matou mais de 60 mil palestinos, a maioria crianças e mulheres, segundo levantamento do Ministério da Saúde de Gaza —controlado pelo Hamas— corroborado pela ONU. Vídeos em alta no g1